Piloto Automático Para Trens?

Esse é o nome dado ao Trip Optimizer, ou simplesmente T.O. Esta ferramenta da GE auxilia os operadores ferroviários embarcados, que são os maquinistas, no controle das composições após certa velocidade (16~20 km/h).

O objetivo é fazer com que a composição através de um controle automático atinja a maior excelência possível em sua operação, adaptando a condução​ às variações do trem, como peso, situação dos freios, rendimento das locomotivas, emissão de CO2, entre outros.

A consequência dessa operação “padrão” é uma redução no consumo de combustível, engates e demais elementos do material rodante.

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Esta ferramente inédita no Brasil tem sido mundialmente aplicada, e se trata de uma atualização das produtoras de locomotivas GE, mas a ferramenta sem sido amplamente aplicada a todas as demais locomotivas. A atualização é paga, ou seja, comercializada pela própria GE.

Continua após a imagem…

Imagem do Site da GE (https://gereportsbrasil.com.br/apertem-os-cintos-a-ge-e-a-vale-est%C3%A3o-deixando-o-transporte-ferrovi%C3%A1rio-brasileiro-mais-conectado-d9ee3273c049)

A análise do Brasil Ferroviário sobre a ferramenta é a seguinte:

Segundo informação do Site da GE, o consumo médio de combustível das locomotivas, foi reduzido em até 3,65%, lembramos que o combustível é um dos elementos que representam o maior consumo de manutenção (financeira) da operação.

Aparentemente a redução de consumo de combustíveis é baixa em porcentagem, mas em relação ao gasto, esta redução pode representar um valor exponencial. O questionamento fica por conta da efetiva viabilidade financeira e o risco de acidentes na aplicação da ferramenta.

Segundo informações de um maquinista (não citaremos nomes ou empresa), a ferramenta tem apresentado algumas variações que podem apresentar risco de acidentes, por exemplo, não seguir as regras operacionais ou acelerar (pontuar) em momentos que o engate apresenta tração extrema.

Quando os fatos acima relatados ocorre, o maquinista tem que tomar o controle do veículo e corrigir a ferramenta, entretanto, segundo afirmações, o sistema já foi responsável pela quebra de engates e penalização dos sistemas de proteção em falha segura.

Segundo informações dos profissionais que estão aplicando o sistema, o objetivo é fazer com que o operador reduza a preocupação com a operação repetitiva, e se atente às demais funções fiscalizatórias e de análise. Sempre identificando riscos e necessidades de aplicação do freio de emergência.

Imagem: (ANTF/VALE)

As locomotivas atuais possuem um sistema de proteção interna que possibilitam “falhas seguras”, que é uma proteção dual, a exemplo, o CBTC/TWE (MRS) e o ATC (VALE). O risco identificado pela nossa análise, e o caso dos trechos em que o sistema de proteção está desativado (exceções) e a ferramenta operar de forma indevida causando um acidente/incidente.

“Hoje é impossível pensar em uma condução totalmente autônoma, especialmente em condições como as que encontramos no dia a dia de nossa operação, com a alta interferência de terceiros, PNs, centros urbanos e etc. A experiência em outras ferrovias mostrou, inclusive, que, com o Trip, os condutores aumentam sua capacidade de observação e seu nível de atenção no trecho”,

Pontua o diretor de Operações MRS, Daniel Dias. (Fonte)

O Brasil Ferroviário entende as necessidades da indústria 4.0 e tem ciência que não há reversão quanto aos avanços, mas a operação segura ainda é algo a ser sempre identificado, bem como a necessidade sensorial de um ser humano no comando das locomotivas e composições.

Produzido por Lucas Evaristo.

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Sobre o Artigo:

Esse material foi publicado por Lucas Evaristo

Lucas Evaristo é Logístico e Cientista de Dados de formação superior, especialista em Gestão de Projetos e Operação Ferroviária. Estudante de Engenharia Civil e apaixonado por Ferrovia.

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