Abaixo segue a lista de contaminação e sujeira mais comuns identificado em uma Via Permanente.

Lixo na Via (https://www.jpnews.com.br/tres-lagoas/mpf-apura-abandono-do-patrimonio-da-ferrovia-em-tres-lagoas/89948/)

Vegetação excessiva na VP:

Este tipo de anomalia pode causar vários acidentes, pois reduz a visibilidade do operador ferroviário, reduz a capacidade de absorção de água do lastro e contamina-o. Causa patinação caso esteja sobre os trilhos, fora o risco de atrair animais peçonhentos.

Vegetação Excessiva (http://www.unesp.br/prope/projtecn/Industria/Industr12a.htm)

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Trilhos deixados à margem da VP:

Trilhos deixados ao lado da VP podem ser furtados ou serem utilizados como objetivo de vandalismo, ocupando a seção de bloqueio e servindo como base para o descarrilamento do MR.

Trilhos Via (https://www.campograndenews.com.br/cidades/capital/abandonada-trecho-de-ferrovia-volta-a-ter-trilhos-levados-por-ladroes)

Dormentes deixados à margem da VP:

Os dormente deixados antes ou após a manutenção podem ser utilizados por vândalos e para causar descarrilamento se deixados sobre a via. Também apresenta risco de ser incendiado.

Capina e Higiene da Faixa Ferroviária:

A via permanente está sujeita à ação indesejável de dois elementos principais:

  • O crescimento e da presença de mato;
  • Acúmulo de lixo ao longo da faixa ferroviária.

Cada um desses elementos traz consequências ao funcionamento satisfatório da via permanente. O crescimento e a presença do mato prejudica a visualização adequada da via, além de propiciar um aumento da umidade do lastro que acaba gerando um apodrecimento precoce dos dormentes de madeira.

acúmulo de lixo, principalmente do tipo orgânico, favorece o aparecimento de ratos, sujando e colmatando o lastro, além de causar o entupimento das galerias e bueiros da via permanente. Torna-se então indispensável o controle desses dois agentes (o mato e o lixo) para que a operação ferroviária não seja comprometida.

Inspeção de capina

Finalidade:

Definir atividades de controle das ervas daninhas no leito ferroviário de forma a permitirem a visualização da via e de seus entornos.

É esperado que:

  • O lastro não se apresente sujo e colmatado;
  • Não ocorra o apodrecimento prematuro de dormentes;
  • Não ocorra a obstrução de galerias e bueiros;
  • Não ocorram incêndios devido à existência de erva daninha;
  • Não ocorra erosão em área capinada.

Definições:

  • Capina: retirada total da vegetação nas proximidades da via permanente com

ferramentas ou equipamentos mecânicos.

  • Capina Química: método de erradicação de ervas daninhas com a utilização de aspersão de produtos químicos.
  • Erva Daninha: qualquer planta que cresça onde não é desejada.
  • Herbicida: todo produto químico destinado ao controle parcial ou total da vegetação daninha.

Ferramentas e Materiais Necessários:

  • Roçadeira para capim;
  • Enxada;
  • Pá;
  • Foice;
  • Roçadeira manual;
  • Facão;
  • Rastelo;
  • Carro de mão com pneu largo;
  • Garfo;
  • Produto químico (mata-mato);
  • Pulverizador;
  • Equipamentos de proteção para aplicação de produto químico.

Atividades Perigosas:

A aplicação do mata-mato é perigosa, necessitando, portanto, de equipamento de

proteção para o aplicador e deve se limitar à faixa de domínio da ferrovia.

Não pode-se aplicar o mata-mato em época de chuva por questões ambientais.

Cuidados:

Certificar-se de que todos os sinalizadores sonoros e visuais, os coletes reflexivos, uniformes e protetores individuais e coletivos estejam em perfeitas condições de utilização.

Informar ao centro de controle (C.C.O.) do serviço a ser executado. Não adentrar na faixa da Ferrovia sem anuência do centro de controle C.C.O.

Execução:

Antes de se iniciar a capina, deve ser feito um levantamento completo das condições de infestação por ervas daninhas.

  • O serviço de capina deve ser executado ao longo da faixa de domínio da ferrovia, distante cerca de (5m) do talude do aterro que forma a banqueta da via permanente, em ambos os lados.
  • A faixa a ser tratada deve estar isenta de lixo, de materiais inservíveis, entulho etc.
  • Não se recomenda a aplicação de herbicida em vegetação muito alta (mais de 50 cm) antes de roçar.
  • Deve ser feito um desmatamento (que consiste no corte e remoção de toda a vegetação existente) e um destocamento (corte e extração de troncos, tocos e raízes).
  • Os materiais provenientes do desmatamento e do destocamento devem ser removidos para
  • bota-fora ou estocados, não sendo permitida a permanência na faixa da via, o que prejudica a drenagem e gera risco de incêndio.
  • A aplicação do herbicida deve ser feita quando a erva daninha voltar a germinar e apresentar uma altura de 20 a 40 cm.
  • Deve-se manter uma velocidade constante ao avançar na aplicação do herbicida, pois quanto maior a velocidade, menor é a quantidade de herbicida que o terreno recebe.
  • É recomendado que após a aplicação do herbicida, o terreno permaneça cerca de 40 dias em repouso.
  • O solo não deve ser revolvido após a aplicação do herbicida, pois sementes que não tiveram tempo de contato suficiente com o herbicida poderiam voltar a germinar ao vir para a superfície.
  • A época mais adequada para a aplicação do herbicida é logo após a época de ocorrência das chuvas, ou seja, após o verão.
  • A aplicação do herbicida deve ser feita preferencialmente em dias nublados e sem ventos fortes.
  • A capinação mecânica é rudimentar, não elimina as raízes e nem as sementes que possam ter caído sobre o solo, o que facilita sua germinação.
  • A capinação química é melhor, pois atinge as raízes e mata as sementes que estão no solo, o que reduz a periodicidade da aplicação.

Herbicidas:

Herbicida é todo o produto químico destinado ao controle parcial ou total da vegetação daninha.

Os herbicidas podem ser classificados segundo sua atividade herbicida, modo de aplicação, ou segundo sua semelhança química. Existem hoje no país, aproximadamente, setenta e cinco princípios ativos de herbicidas efetivamente em uso, os quais compõem quase uma centena de formulações, com várias centenas de marcas comerciais.

Quando usados corretamente, os herbicidas desempenham seu papel com segurança e eficiência, transformando-se em ferramentas indispensáveis no combate às plantas daninhas.

Contudo, se usados da maneira inadequada; podem causar severas perdas econômicas.

Alguns tipos de herbicidas são aplicados na forma sólida e são formulados como “granulados”. A grande maioria, entretanto, é aplicada pela pulverização após sua diluição em água. São formulados de tal maneira que permitam sua mistura em água.

Desratização:

Como comentamos anteriormente, o acúmulo de lixo na via permanente (principalmente o do tipo orgânico) favorece o aparecimento de ratos. Isso ocorre principalmente na região das plataformas das estações de trens em consequência do lixo que os passageiros lançam na via.

Com o aparecimento de ratos, torna-se necessário que a ferrovia passe a tomar medidas para que haja a erradicação desses animais indesejáveis.

Uma das maneiras mais conhecidas de se acabar com os ratos é com a aplicação de veneno.

Esse produto está disponível em pequenas bolsas plásticas que são distribuídas em todas as áreas da via permanente que estejam infestadas. Os produtos dessas bolsas atraem os ratos, que rasgam os pacotes e se alimentam de seu conteúdo, vindo posteriormente a morrer.

É obvio que essa medida de combate aos ratos nunca dará conta de solucionar o problema totalmente enquanto a via permanente não estiver livre do lixo que nela se acumula e que serve de alimento para esses animais. Uma forma inteligente e mais recomendável de se resolver é a conscientização dos usuários para que eles não joguem lixo na via.

Fim da Linha!
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Sobre o Artigo:

Esse material foi publicado por Lucas Evaristo

Lucas Evaristo é Logístico e Cientista de Dados de formação superior, especialista em Gestão de Projetos e Operação Ferroviária. Estudante de Engenharia Civil e apaixonado por Ferrovia.

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